Resgate da Memória



Por Genesis Torres


Por iniciativa do PINBA-FEBEF-UERJ (Programa Integrado de Pesquisas e Cooperação Técnica na Baixada Fluminense), presidido pelo professor Paulo Mainhard e do IPAHB (Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense), presidido pelo Prof. Gênesis Torres e reunidos na UERJ (Caxias), promoveram-se com segmentos da comunidade cultural dois pré-encontros e um encontro final no dia 09 de dezembro de 2000. O objetivo era saber: “Quem é quem no cenário cultural da Baixada Fluminense”. Um encontro, inicialmente despretensioso em relação aos destinos da cultura nesta região, porém, com muita vontade de discutir as dificuldades e ao mesmo tempo manter um elo de ligação entre os diversos grupos culturais. O encontro foi marcado por um grande interesse, pois ali estavam presentes cerca de noventa instituições que de forma direta ou indireta vêm desenvolvendo projetos e iniciativas de caráter cultural na Baixada.


Durante todo o dia (das 08 às 17 horas) os grupos passaram discutindo seus problemas, apresentando-se mutuamente e trocando informações a respeito de seus trabalhos, além das apresentações de “quem era quem”.


Houve uma mesa de debates, com a presença de professores especialistas da UERJ na área da cultura e diversas autoridades municipais da Baixada e do Estado.


Ao final do encontro foi elaborado e aprovado por solicitação daquele Fórum um documento intitulado “Carta Cultural da Baixada Fluminense”. A Carta é um documento-síntese de todas as questões pertinentes às reivindicações levantadas nos debates ocorridos durante o evento. Neste documento os diversos segmentos culturais foram contemplados não só com suas reivindicações, mas também traçaram as aspirações e os caminhos para a valorização do patrimônio histórico e cultural de nosso povo.


Entre os pontos aprovados estava a proposta, encaminhada pelo professor Gelson Pereira Dalvi da UERJ-FEBEF, de se comemorar todos os anos o dia da Baixada Fluminense. Depois de analisar algumas datas o IPAHB (na pessoa do Prof. Gênesis Torres) defendeu a proposta do dia 30 de abril, data de grande significado histórico, pois marcou no ano de 1854 a construção da primeira estrada de ferro construída no Brasil, ligando o Porto da Guia de Pacopaíba na Praia de Mauá a Fragoso, numa extensão de 14.5 km. Historicamente, foi exatamente a ferrovia que decidiu os novos traçados de ocupação urbana desse imenso território e arremessou esta região definitivamente como área importante entre o litoral e o interior do Brasil, ainda no século XIX. A ferrovia virou ícone de progresso.


As comemorações que ocorreram a partir de 2001 sempre foram marcadas por muitos eventos em vários municípios como São João de Meriti, Duque de Caxias, Magé Nilópolis, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu. A comunidade cultural tem dado a sua colaboração, dedicando um dia de seu trabalho para o engrandecimento do evento como uma ação de graças por esta terra.


Destacamos também a nobre iniciativa dos Deputados Chico Alencar, Manuel Rosa, Alexandro Calazans, Artur Messias, Dica, Andréia Zito e José Távora, em ter transformado em Lei (o 30 de abril) pelo Projeto de nº 2233/2001 e aprovada em plenário no dia 9 de abril de 2002. Diz ainda a lei que o dia da Baixada Fluminense será comemorado obrigatoriamente em todas as escolas da rede estadual de ensino público e em todas as repartições públicas estaduais localizadas na região. Esperamos a mesma iniciativa das Câmaras Municipais dos Municípios que compõem esta região.


Sempre tivemos a esperança que as diversas instituições educacionais, sindicatos, grupos culturais e associações outras e, em principal, a Imprensa assumam uma postura e no dia 30 de abril de cada ano discutam, divulguem e reflitam com maior ênfase a Baixada Fluminense. Afinal esta é a nossa terra, rica de tradições e de história, além de ser o pedaço de chão que escolhemos para viver, criar família e educar nossos filhos.

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