HISTÓRIA DA BAIXADA FLUMINENSE
A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO SOBERBO E O ANO QUE NÃO FOI
O autor: Edson Ribeiro

A capela está situada numa ilha entre dois braços do rio Soberbo (22 29 41.82 S, 42 59 46.99 O - coordenadas do Google Earth - GE), exatamente entre as duas pontes, com a frente voltada para a antiga estrada. Pode ser acessada pelo Parque (que cobra R$11,00 de ingresso por pessoa e R$5,00 para estacionar o veículo), precisando-se caminhar numa trilha de pedras de média dificuldade. Pode também ser vista pelo lado de fora, indo-se até a localidade da Barreira, após o Rogério’s Bar, seguindo em frente, poucos metros a pé, pelo antigo traçado da via férrea. Encontra-se bem conservada em razão de regulares reformas que têm sido executadas. O corpo central preserva as linhas originais, mas há também a sacristia e varanda laterais que lhe foram acrescentadas em reformas distintas. Em seu frontão lê-se a indicação do ano que seria de sua fundação: 1713. Assim, dentro em pouco, ela estaria completando 300 anos. Entretanto, baseado em pesquisas, uma das pretensões deste pequeno ensaio é questionar essa informação, dizendo que, na verdade, a referida capela data de meados do século XIX.
O que se propõe, em relação à data da fundação da capela do Soberbo, não é simplesmente discutir pormenores que poderiam passar em branco sem causar maiores prejuízos à ciência histórica. Queremos abordar o exemplo, chamando à atenção de como, muitas vezes, aceitamos serem inquestionáveis informações que deveriam, ao menos, passar por uma análise mais cuidadosa. O registro mais antigo que encontramos afirmando o ano de 1713 como o da fundação da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo é o da obra “Magé, a Terra do Dedo de Deus”, datado de 1957, de autoria de Renato Peixoto dos Santos. Na página 220, tratando das capelas e igrejas do então município de Magé, o autor faz a afirmativa sem citar a fonte. Entretanto, vemos que o historiador mageense baseou essa parte de sua obra nos escritos do Monsenhor Pizarro . Sem passar por uma análise crítica, a afirmativa foi aceita como verídica.
Não pretendemos com isso criticar o escritor, que apresentou um trabalho de extrema importância, esperando, talvez, que ele fosse o início de um processo de produção literária sobre a história da região. O presente trabalho é apenas uma pequena contribuição a essa idéia, centrado na antiga Freguesia de Nossa Senhora da Ajuda de Guapimirim, hoje Guapimirim.
Esta não é, porém, a única e nem a mais importante questão que pretendemos tratar neste singelo trabalho. O que nos move é o desejo de descortinar a história da capela do Soberbo e de seu entorno. Terra de três “Henriques”, Henrique Dias, o agricultor, Henrique Bernardelli, o artista e Henrique Junger, o colono. Naquela localidade passaram diversos viajantes, inclusive a família imperial, retratando suas belezas e dando uma idéia de seu cotidiano. Convidamos assim o leitor a acompanhar-nos nesta viagem, onde passaremos pela história de Guapimirim, de suas capelas e engenhos seculares, de sua importante estrada imperial para chegarmos à bucólica Barreira do Soberbo. Aí nos deteremos para respirar um pouco de sua história, de seus personagens, elevando nossos espíritos nesse encantador pedacinho do mundo que inspirou poetas e artistas e continua produzindo fascínio àqueles que a visitam.
Capa e contracapa do livro de Edson Ribeiro

Sábado, 25 de fevereiro de 2012
www.historiabaixada.blogspot.com.br/2012/02/capela-de-nossa-senhora-da-conceicao-do.html
1 comentário:
28 de abril de 2012 19:47
Importante trabalho de pesquisa historiográfica de grande contribuição à História da Baixada Fluminense.
Parabéns pelo seu segundo trabalho, companheiro Edson!
Já estou promovendo a sua divulgação. Pense na proposta do seu lançamento com palestra. Vamos discutir o assunto.
Abraços cordiais,
CLARINDO
AMIGOS DO PATRIMÔNIO CULTURAL
(21) 9765-6038 ou 7399-8339
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